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Estella – Los Arcos – Torres del Rio – Viana (40 km)

Os meninos saíram às 07h embaixo de uma chuva fina e logo em seguida tentei segui-los. Em vão.

Quando fui sair, a marcha da bicicleta deu um problema e a corrente pulava e enroscava. Tentei consertar, mas não consegui e pensei em abandoná-la, mas ainda não havia atingido esse grau de desapego. Tinha pago caro por ela e resolvi pedir ajuda ao Sérgio.

Ele acabou arrumando a marcha, apertou os freios, subiu o banco e improvisou um alforje, amarrando a mochila na garupa com os dois extensores. Deu uma geral na bichinha.

Disse que achava que eu deveria ir com ele pela carretera, pois tinha chovido a noite toda e ainda estava chovendo e que aquele pedaço era muito complicado pelo caminho, chamado de “rompe piernas”. Como eu já estava bastante cansada de lama e ralação, topei.

Fomos tranquilamente pela carretera, pegamos muito, muito, muito frio e chuva e em determinado momento fomos parados pela polícia, pois havíamos pego um pedaço errado e estávamos na autovia que é proibida aos ciclistas. Os guardas foram educados e nos disseram para voltarmos para a outra carretera, onde era permitido que as bicicletas circulassem.

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Chegamos rapidamente a Los Arcos e ficamos esperando os meninos. Estava muito frio e com o vento na estrada, as mãos estavam duras.

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O Sérgio tinha planejado ir até Viana e disse que achava que eu deveria ir com ele. Os meninos chegaram e como estava cedo, resolveram seguir para a próxima cidade.

O Sérgio queria que eu almoçasse com ele, me chamou para ir ao banco, à loja e o acompanhei, mas disse que depois iria até onde os meninos fossem.

Segui com ele pela carretera e chegamos a Torres del Rio, aonde pegamos as duas últimas camas do albergue.

Fiquei tensa pelos meninos e nem desmontei as minhas coisas. A única coisa que eu sabia é que eu ficaria com os meus amigos, seguiria com eles, se fosse necessário.

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Fui esperar os meninos lá fora e nisso chegaram Marcel e Jordi. A hospitaleira disse que eles poderiam dormir no chão da cozinha. Eles toparam e fomos os três lá para fora esperar os meninos.

Os meninos chegaram e não toparam ficar no chão da cozinha. Resolveram puxar para a próxima cidade. Já tinha decidido que iria com eles. Peguei meu dinheiro pago pelo albergue de volta e fui me despedir do Sérgio que estava terminando o banho.

Ele saiu correndo, veio se despedir e me deu um abraço bem apertado, um abraço de coração para coração, como ele disse. Dei a minha vieira de presente, já que ele havia comentado que não tinha nenhuma e ia comprar de recordação. Foi uma forma de agradecer pelo que ele havia feito por mim.

Convencemos Marcel e Jordi a irem conosco e seguimos felizes, os seis, pelo caminho.

Foi uma ralação por subidas íngremes, pedras e lama. Chegamos extenuados a Viana e a entrada da cidade era uma grande e difícil ladeira.

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No albergue, mais uma vez não havia lugar e já não aguentávamos dar mais um passo. Estávamos esgotados física e psicologicamente.

O Valério deitou em um banco na entrada do albergue e disse que estava com muitas dores nas costas e não aguentava mais andar.

A hospitaleira acabou nos dando um endereço, meio em segredo, e seguimos para uma casa particular. Ela tinha um grande portão de madeira na entrada e era toda de pedra por dentro. A dona da casa era muito simpática e foi muito atenciosa.

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A princípio isso não é permitido, pois é uma pessoa particular ganhando dinheiro com hospedagem. Se fosse um hostel tudo bem, mas era uma propriedade particular.

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Ficamos os seis, divididos em dois quartos. Pagamos três vezes mais, mas valeu a pena, a não ser por um detalhe para mim. Fui lavar as roupas e acabei sendo a última a tomar banho. A água quente havia acabado e eu tomei meu primeiro banho gelado na fria primavera espanhola.

Saímos os seis para jantar e tomamos 5 garrafas de vinho. Estamos nos superando a cada dia.

Dormimos pela primeira vez sem ser no saco de dormir, numa cama limpinha e com cobertores.

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