León – Hospital de Órbigo (33 km)
Dia tranquilo. Apenas para não esquecer um evento inusitado do caminho: ganhei flores de um senhor alemão, que dizia que eram flores de poder e pediu que eu as guardasse.



Outra situação, que a meu ver, só acontece por aqui, são as guloseimas, bebidas e comidinhas que encontramos pelo Caminho. Às vezes tem apenas uma caixinha onde você deixa um donativo, se quiser, e pode pegar o que quiser para comer e beber. Não fica ninguém tomando conta e ninguém pega mais do que precisa. Outros nem pegam nada. Hoje, o benfeitor pedia apenas que deixássemos uma mensagem para ele.


Chegando à Hospital de Órbigo, fiquei muito tempo esperando os meninos, deitada em um banco na entrada do minúsculo pueblo, tomando sol e ouvindo música.


Conversei com vários peregrinos, fui dar uma rodada de bicicleta pela cidade, que é pequenininha, conheci um camping, entrei no albergue municipal e fiquei aguardando a chegada dos meninos.


Nisso, passa o senhor alemão e me pergunta onde estavam as flores que havia me dado. Mostrei que as havia guardado direitinho. Ele deu um tapinha no meu rosto e foi embora. Depois vim a saber que ele era o técnico da seleção alemã de futebol.

No albergue municipal em que ficamos, eram 2 hospitaleiros. Um foi me acompanhar pela cidade para me ajudar a achar um telefone e ficava se insinuando o tempo todo, perguntando como o namorado tinha me deixado viajar sozinha e que ele deveria estar ansioso me esperando voltar...enfim, um chato.
O outro era um senhor muito bonzinho e simpático. Tomamos banho, lavamos nossa roupa e saímos.

Estávamos jantando e o Marcus, mineiro, com quem havíamos cruzado algumas vezes veio sentar-se conosco. Eu estava indo dormir quando passei pela recepção do albergue e encontrei o Stefano escrevendo. Conversamos um pouco, trocamos e-mail e fui dormir.