Rabanal del Camino – Ponferrada (31km)

Hoje foi a tão temida descida. Fiz todo o trajeto pelo caminho e realmente não foi fácil. Foi uma ralação. Era muita pedra e o caminho extremamente íngreme, mas maravilhoso, emoldurado por belas imagens.

A paisagem é estonteante, com flores belíssimas, montanhas ao longe e pueblos lindinhos, que parecem saídos de contos de fadas.

Passamos pela famosa Cruz de Hierro, próxima a Foncebadón e sobre o monte Irago, que é onde as pessoas deixam uma pedra e pedem por proteção, mas encontramos de tudo nesse ponto, tal como, uma prótese, corrente de bicicleta, boné, fitas coloridas, bandeiras, cruzes, etc.

Em determinado momento eu comecei a achar perigoso e resolvi descer da bike. Um tombo e poderia bater a cabeça em uma pedra e confesso que já me bastava o tombo do primeiro dia. O hospitaleiro havia me dito da morte de um ciclista e realmente, existe um monumento em homenagem a ele.

Segui meu caminho cruzando com “amigos”, conversando descompromissadamente e curtindo o visual.

Quando cheguei à Molinaseca, que é uma cidade linda, sentei num barzinho agradabilíssimo à beira de um rio e comi um bocadillo para aguardar os meninos. Fiquei admirando a paisagem, tomando um solzinho gostoso e relaxando, por um bom tempo.

Como eles estavam demorando, segui viagem. Cruzei com o Carlo (italiano) que estava bastante cansado e perguntei do Stefano e do Filipe, mas ele disse que eles haviam ficado numa cidade atrás dele.

Esperei os meninos por mais de 2 horas na entrada de Ponferrada, mas como valeu a pena... Sempre ficava muito feliz em vê-los chegar gritando o meu nome e fazendo festa. Isso não tem preço e animava ainda mais os meus dias. O Marcus já faz parte do grupo, anda e fica nos albergues conosco.

Chegamos todos juntos ao albergue, que é bastante grande, com uma fonte bonita na entrada e fomos tomar banho e lavar as roupas.

Fomos dar uma rodada pela cidade, entramos numa espécie de exposição e depois como resolvemos não comer em restaurante, fomos todos juntos a um supermercado, comprar ingredientes para um mega sanduíche regado a muito vinho, atum, jamón, salame, queijo, azeite e etc.

Ao grupo juntou-se o Carlos, amigo do Paulo que chegou à Ponferrada e também o Carlo e o Filipe, que haviam chegado mais tarde ao albergue. Foi muito divertido.

Antes do “jantar” havíamos ficado um bom tempo com os pés na fonte do albergue, rindo, relaxando e conversando. São coisas simples, mas tão gostosas... Na verdade, quando a companhia compensa, até o mais simples dos programas, vira festa.