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Vivências

Fiquei pensando se contava tudo, desde as primeiras mudanças de casa, escola e cidade e resolvi que seria melhor dar uma editada. Têm coisas que só interessam aos que viveram, tipo vídeo de casamento. Me diz quem é que tem paciência para ficar assistindo àqueles vídeos chaaaatos que só os noivos acham legal? E às vezes, nem eles.

A ideia é mostrar que a minha alma foi meio moldada desde cedo a se desprender, mas isso não quer dizer que eu seja talhada ao desapego não. Para muitas coisas, acho que sou desapegada sim e para muitas outras, vejo que me forço a parecer solta para não sofrer mais do que o necessário.

Enfim, passei por algumas cidades ao longo da vida escolar e isso fez com que minhas raízes fossem aéreas, ou seja, não se prendessem muito às coisas.

Nasci em Urupês e não, não é Ouro Preto, como muitos pensam quando ouvem o nome pela primeira vez. Apenas nasci, mas nunca morei lá. Meus pais e minha irmã mais velha moravam em Novo Horizonte. Acho que fiquei por volta de 2/3 anos lá. Depois fomos para Campinas onde permanecemos por 9 anos, seguidos dos 4 anos de São Carlos e mais 9 de São José dos Campos.

Nesse meio tempo teve 3 meses de Portugal, mais precisamente cidade do Porto, porque não posso considerar viagem turística um lugar onde você trabalha, vive num quarto alugado e fica mais de 15/20 dias. Eu realmente morei naquela cidade.

Depois vim para o Rio de Janeiro, onde estou há impressionantes 13 anos. Eu, que nunca me imaginei tanto tempo num só lugar. Até por isso mesmo, estou com a alma de mudança novamente. Estou me preparando para ir embora daqui.

Essas linhas fazem parte de mais um desapego que estou vivenciando e como disse anteriormente, mesmo com todo esse know how, isso não minimiza a dor e dificuldade de se romper mais esses laços.

Para alguns talvez sejam poucas cidades e mudanças, mas só de casa foram 15 ao longo de 38 anos, o que dá em média, 2 ½ anos em cada uma. Não é uma média desprezível, levando em conta que tem gente que nasce e vive em uma casa até se casar e formar sua própria família.

Em relação às escolas, foram 6 ao longo da vida escolar, sem contar a faculdade que ficava em outra cidade, para a qual eu viajava todos os dias. Quantas pessoas podem dizer que passaram por 6 escolas diferentes ao longo de mais ou menos 12 anos de estudo? Pois é, eu passei. Agora imaginem quantos colegas de sala e quantos amigos eu tive ao longo dessas peripécias todas.

Quando digo mudanças, não foram só as de cidades, mas todos esses rompimentos de relacionamentos, de colegas de escola, de vizinhanças, na época em que as crianças brincavam na rua e tinham amizade com os vizinhos, sem ter medo de freqüentar as suas casas.

Me sinto sim, talhada a falar sobre o assunto e tudo isso acima foi apenas uma forma de mostrar as minhas credenciais. Vou aos poucos dissecando as histórias vivenciadas com minha família, pois enquanto nos despedíamos dos outros o tempo todo, fortalecíamos nossos laços, afinal éramos nós 5, em qualquer lugar, cidade, casa ou vizinhança.

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