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2º dia

Acordamos por volta das 6h, quando todos do acampamento começam num movimento frenético de preparação para o segundo dia de caminhada. Arrumamos nossas mochilas e fomos para fora da barraca para nos preparar para o café da manhã, no chão, sobre uma pedra. Tudo muito próximo à natureza, coisa que não fazemos nunca na nossa corrida rotina diária. Comer sentada em meio ao descampado, tendo como moldura as montanhas e as belas pedras do Castelo do Açu, não tem preço para quem curte e muito a vida ao ar livre.

Saímos por volta das 9h30min., passamos no abrigo que acabou de ser concluído e começamos o segundo e difícil dia de caminhada. Tem uma série de trilhas e cada uma tem um nome. Pegamos o Vale da Luva e começamos a andar um bom tempo sobre pedras num movimento de zigue-zague na descida, o que castiga bastante os joelhos e as pontas dos dedos que ficam adormecidos por um bom tempo depois que a aventura termina.

Mais uma vez a vista das montanhas e dos vales é estonteante e você se sente uma formiga diante da majestade e grandiosidade da natureza que parece gritar diante da sua pequenez.

E dá-lhe subir e descer vales e pedras imensas. Passamos pela Cachoeirinha, pelo Elevador, pelo Vale das Antas e em determinado momento chegamos a uma escada feita com vergalhões na pedra. Não sei precisar o número de “degraus” de ferro, mas posso garantir que subir quase de quatro, com a mochila nas costas e sem a visão do que se tem pela frente, é bem desgastante. Em determinado momento parei para respirar e torci para que aqueles vergalhões tivessem acabado, mas olhando para cima ainda tinha muito chão pela frente. Subíamos quase de um em um, dando bastante distância entre a pessoa da frente porque era muito desconfortável ficar presa, esperando naquela posição.

Após essa subida, paramos para descansar numa pedra com uma vista linda para o Morro do Garrafão engolfado pelas nuvens e rodeados por lindas Amarílis selvagens.

Pegamos água numa nascente e seguimos por uma parte de mata fechada muito bonita, com lindas orquídeas fúcsia penduradas nas árvores. Andamos sobre o Dorso da Baleia e seguimos gritando pelo Vale dos Ecos de frente para o lindíssimo paredão da Pedra do Sino, que seria nosso destino e acampamento.

Nisso o sol começava a se pôr e ainda não tínhamos ideia do que nos esperava no tal Cavalinho. É a parte final da caminhada toda feita na pedra, com auxílio de cordas e boldrié. Tiramos as mochilas que foram içadas e a subida foi bastante lenta, feita um a um.

Imagine um grupo de 7 pessoas, cada um com um preparo físico, com medo ou não de altura, com ou sem experiência de escalada e some-se a isso o mais completo e absoluto breu, quebrado apenas pelas luzes das lanternas.

Claro que demorou, foi sofrido para alguns, mas como disse um dos guias, foi bom ter sido feito à noite, pois assim não vimos o abismo à nossa esquerda.

Enfim, depois de 9h30min. de caminhada, chegamos ao acampamento da Pedra do Sino, exatamente às 20h10min., exaustos, mas confiantes e felizes pelo desafio vencido. Esse dia foi extremamente cansativo, muito extenuante e exigiu muito empenho de cada um dos exaustos participantes.

Mais uma vez tomamos uma sopinha reconfortadora e nos jogamos nos braços de Morfeu por volta das 22h.

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