Santa Elena de Uairén / Paraitepuy / Rio Kukenan
Hoje acordei às 06h30 sem despertador e fui me arrumar. Álvaro e Tania desceram do quarto às 07h30 e eu já estava do lado de fora do meu quarto.
O Léo e o Everaldo chegaram às 08h do horário brasileiro, porque é bom dizer que na Venezuela o fuso horário é meia hora a menos, e fomos tomar café da manhã numa padaria muito arrumadinha. Me chamou a atenção porque a cidade é muito feia, pobre e a padaria se destacava do restante.
O Léo perguntou se eu conseguiria carregar a minha mochila e eu disse que sim. Acho que ele já estava antevendo possíveis problemas.
Fomos até a aldeia, eles falaram com os carregadores, assinamos o livro de entrada no Inparques e partimos para o nosso 1º dia de caminhada às 10h30.


De cara já enfrentamos uma subidinha e eu senti que teria problemas com os meus 12 kg da mochila.
Segui caminhando e sentindo o peso aumentar. Numa das paradas, o Everaldo disse que ela estava tão pesada quanto a mochila dele. O dia estava lindo e muito quente, mas para nossa sorte tinha uma brisa que aliviava bastante. Claro que com temperatura alta, fica mais sofrido carregar peso, mas o dia e o visual compensavam muito.




O caminho é muito bonito, com o paredão do Monte Roraima crescendo à nossa frente a cada passo. Passamos por pedaços de mata com riachos correndo e íamos fazendo paradas estratégicas para aproveitar e encher os cantis. Atravessamos o Rio Tek com água pelas canelas. Tivemos que tirar as botas e o Everaldo ajudou cada um de nós a atravessar. Quase levei um tombo porque o fundo do rio é todo de pedras e elas estavam com limo e muito lisas. Deveria ter obedecido meu guia que disse que atravessar as pedras com meias, é muito mais fácil. Na verdade não quis molhá-las.
O Álvaro foi o último a atravessar, acabou levando um tombo e se molhando.



Seguimos até o Rio Kukenan e atravessamos sobre as pedras, novamente sem as botas. Chegamos ao nosso 1º acampamento por volta das 15h30, depois de caminhar por 15 km. Os meninos foram tomar banho e eu esperei as roupas da Tania chegarem com o carregador.


Eu e ela fomos tomar banho no rio, mas não aguentamos a água gelada. Fizemos apenas uma assepsia básica e voltamos. Fiz o restante à base de lencinhos umedecidos na barraca. Ficamos conversando lá fora, tendo por companhia nuvens de mosquitos, enquanto o Everaldo e os carregadores faziam o jantar no refeitório que era uma casa de adobe e sapé.

Jantamos por volta das 19h30 e o cardápio foi um saboroso peixe frito, salada de tomate e arroz, acompanhados de suco de laranja e goiabada de sobremesa. Tudo simples e muito gostoso.
São 21h e estou indo dormir. O dia foi muito bom, mas eu senti muito o peso da mochila. Combinei com o Everaldo que eu vou despachar o saco de dormir e o casaco com um dos carregadores amanhã. Pode parecer pouco, mas já vai dar uma aliviada.