São Paulo / Doha/ Kathmandu
Cheguei ao aeroporto de Cumbica às 23h. Meu voo só saía às 03h15. Logo me dirigi ao balcão da Qatar Airways para agilizar o check in e poder ficar livre. Quando estava na fila, a Aretha chegou e encontrou outras duas clientes da Grade que já haviam feito esse trekking ao Campo Base e ficamos conversando.

Logo após o check in ficamos por ali e as pessoas foram chegando aos poucos: Beto, Jana e Sandro, Felipe e Lucas (pai e filho), Roberto, que havia entrado na vaga da Renata, porque ela quebrou o braço e teve que cancelar a viagem e o Márcio. Fomos para a sala de embarque e ficamos conversando, aguardando a hora do embarque.
Depois de longas 13 horas de viagem e 6 horas de diferença de fuso, aportamos em Doha, no Qatar. Pegamos um ônibus na pista do aeroporto e andamos um tempão até o saguão.
Lá nos reunimos e ao grupo se juntou a Inês. Andamos pelo free shop, percorremos todo o aeroporto, na verdade, uma espécie de plataforma de embarque apenas para quem faz conexão e fomos sentar para mais uma longa etapa de espera.

Nosso próximo voo para Kathmandu só saia 10h20 depois. E dá-lhe andar, ler, conversar, comer, cochilar e nada da hora passar.
O interessante, como eu sempre gosto de fazer, foi ficar observando a grande diversidade humana desfilando pelo aeroporto e eu e a Aretha ficamos nos divertindo com as diferenças e tirando fotos.

Eram homens vestidos como muçulmanos, com aquelas espécies de túnicas brancas longas, alguns em trajes indianos, outros com turbantes e longas barbas, outros ainda com aqueles lenços na cabeça, que caem pelas costas e muitas vezes andando de mãos dadas.

No quesito indumentária feminina, outro caso à parte: diversas com burka preta cobrindo todo o corpo e a cabeça, outras com roupas ocidentais e apenas o lenço na cabeça, outras com a burka, mas apenas os olhos de fora, as indianas com seus sáris coloridíssimos, sem falar em toda a espécie de aventureiros, mochileiros, trekkers e afins.


Me encanta ficar observando essas diferenças culturais, que nos transportam para outro mundo, apenas 13 horas de voo depois.
Após observar a fauna humana, levantar, ler, sentar, comer, beber, embarcamos às 09h10 do dia 31/março, no voo que nos levaria à Kathmandu.

Como eu não havia dormido nada durante a espera no aeroporto, capotei praticamente durante toda a viagem, que durou 4h40.
Chegamos ao Nepal, com 3 horas de diferença de fuso em relação ao Qatar e fomos fazer todos os trâmites de alfândega e visto.
Encontramos mais duas brasileiras (curitibanas) que fazem parte do nosso grupo, a Alê e a Fran.

Pegamos as bagagens e fomos encontrar a pessoa que estava nos esperando para fazer o traslado até o hotel. Entramos numa van e seguimos no trânsito caótico de Kathmandu.
Chegar até aqui já foi por si só uma aventura, pela duração dos voos, pela longa escala entre eles e enfim chegamos ao outro lado do mundo.
O aeroporto ficava distante do nosso hotel, que por sua vez ficava escondido numa viela estreita, sem asfalto e sem saída.
Esse pedaço de Kathmandu não é bonito e depois vim a descobrir, que de uma maneira geral a cidade toda não é bonita. É uma cidade suja, empoeirada, com um trânsito caótico, mas como sempre, tem um lado peculiar e muito interessante.
O trânsito tem mão inglesa e é uma confusão de carros, vans, muitas motos e tuk tuks que andam, todos ao nosso ver, de maneira desordenada, buzinando o tempo todo, mas as coisas estranhamente, fluem. Não existem sinais de trânsito e em alguns cruzamentos, uns guardas que ficam em cima de uma estrutura coberta, tentam organizar a bagunça.

Algumas ruas são estreitíssimas e temos a sensação de que não teria como dois carros passarem ao mesmo tempo. É estranho, mas acaba funcionando. A gente acaba encontrando um pouco de ordem até na mais caótica das situações.
Chegamos ao Norbu Linka Hotel, que é simples, mas bacaninha e limpinho, desmontamos as coisas e depois de tomar um banho, desci às 20h para me juntar ao grupo e ir jantar.


Conhecemos o restante das pessoas e fomos ao Yin Yang Restaurante. No caminho paramos para trocar os dólares por rúpias nepalesas, que passariam a fazer parte da nossa rotina pelos próximos 20 dias.
No restaurante era uma mesa enorme com 18 pessoas. Jantamos, tomamos vinhos, cerveja e voltamos para o hotel caminhando pelas ruas do Thamel, lotado de lojas de equipamentos de aventura, souvenires e outras tantas quinquilharias.



Quando chegamos ao hotel, reencontramos a Aretha, que tinha acabado de chegar por conta de atraso no voo, falta de combustível e já eram 23h. Fui fazer companhia para ela no restaurante do hotel e a nós se juntou o Carlos Santalena, o Carlos Canellas e o Roberto. Rimos, conversamos muito, mas eu precisava dormir, porque estava pilhada há mais de 30h e tinha dormido no máximo umas 3h nos últimos 2 dias.