Lukla / Kathmandu
Eu e a Tainah perdemos a hora e fomos acordadas pela Aretha às 6h10. Não sei se o despertador não tocou ou se eu não ouvi. Eu teria que tomar café e estar no aeroporto às 7h.
Levantei voando, enfiei a roupa, fechei a marinheira e corri para o café da manhã. A Tainah ainda teria mais tempo, pois o voo dela seria às 9h.
Tomamos café e fomos para o aeroporto acompanhados pelo Ram, que nos garantiu que sairíamos hoje de Lukla. Chegando ao saguão, ele nos entregou o kata, lenços de seda branca, símbolo da amizade e boa sorte e depois das revistas de praxe (malas, mochilas e pessoais), fomos para a sala de embarque aguardar o voo. Vimos vários grupos chegarem depois e sairem antes e nada do nosso avião.

Enfim ele chegou, um pouco atrasado e para nossa surpresa, era ainda menor que o da vinda. Cabiam apenas 8 passageiros. Saímos por volta das 08h20 e levantamos voo rumo à Kathmandu, depois da tradicional bagunça, de ovacionar e aplaudir o piloto depois da decolagem, sempre um pouco tensa dessa pista pequena e perigosa.



O voo foi tranquilo e chegamos à Katmandu por volta das 09h30. Pegamos nossas malas no pátio do aeroporto, colocamos numa caminhonete que nos levaria até o saguão, com parte do grupo dentro e parte na caçamba. Coisas que só poderiam acontecer desse lado do mundo, onde tudo vira motivo de risada e história para contar.

Carregamos todas as nossas malas para fora do aeroporto e ficamos esperando a pessoa que nos buscaria para levar ao hotel.
Não vimos ninguém com placa e começamos a ficar um pouco preocupados. Esperamos por volta de 30 minutos quando um cara chegou numa van limpinha e nova, o que não era comum, e nos levou ao tão esperado Norbu Linka.
Chegamos lá, pegamos os quartos e fomos nos arrumar. Como a Kiki, que ficaria comigo no quarto estava no segundo voo de Lukla, cheguei, abri a marinheira, arrumei as coisas e sonho dos sonhos, fui tomar um banho decente.
Confesso que deveria ter tomado um banho mais rápido, pois eles têm racionamento de água, mas juro que não consegui. Me ver embaixo de um chuveiro e poder lavar a cabeça direito, me esfregar, tomar um banho de verdade, me tirou a consciência ecológica, que normalmente é bastante aflorada.
Depois desse banho tão desejado, me estirei na cama macia, com um edredom branco e limpinho e comecei a rememorar parte dessa viagem incrível. Fiquei um tempo fazendo um retrospecto, quando levantei, me arrumei e desci para encontrar a galera, como havíamos combinado na chegada ao hotel.
Desci para o bar do hotel e encontrei apenas os dois Robertos, já com caras limpinhas, tomando uma cerveja, petiscando e com roupas mais confortáveis. Fiquei quase uma hora conversando com eles, quando o restante da galera começou a aparecer. Acho que todos estavam precisando de um bom banho, um descanso e foi o que fizeram.
Ficamos ainda um tempo bebendo cerveja e comendo aperitivos quando o grupo do segundo voo de Lukla chegou, por volta das 12h. Já estávamos ficando preocupados com a demora, porque se o aeroporto fechasse, teriam que esperar o dia seguinte para tentar novamente.
Chegaram, foram se distribuir pelos quartos e combinamos de esperá-los no bar para almoçarmos todos juntos.
Quando estávamos todos reunidos, fomos ao Yin Yang, o mesmo restaurante do dia da chegada e fomos confraternizar. Estava um dia quente, com um sol lindo em Kathmandu e foi bom ver todo mundo de camiseta , bermuda e chinelo, depois de tantos dias cheios de roupa, cachecol, luva, meia, bota, etc.


Levamos um bom tempo almoçando e depois parte do grupo quis voltar ao hotel para descansar e parte, na qual me inseria, foi rodar pelo Thamel para comprar lembranças e se distrair.
Era muito divertido acompanhar o Roberto nas compras e foi o que fizemos por um bom tempo. Ele negociava e conseguia muitas vezes comprar pela metade do preço, quando não, por um preço ainda menor, falando com os comerciantes em português. Era muito engraçado e garantia de risadas. No final da negociação, a Kiki ou eu entrávamos para fechar o negócio.
Ficamos horas rodando, comprando coisas, rindo, brincando e voltamos para o hotel quase 20h.
Combinamos de nos encontrar às 21h para ir jantar, mas parte do grupo dispersou, pois cada um queria comer uma coisa diferente. Eu, Kiki, Aretha, os Robertos e a Tainah fomos para a pizzaria Ice and Fire, que é muito boa e já conhecíamos dos primeiros dias da viagem, para depois das pizzas, finalizar com os sonhados crepes de Nutella. Eu e a Kiki estávamos desejando esses crepes há dias.

Voltamos para o hotel por volta das 23h30 e fomos dormir. Como tínhamos o dia seguinte todo livre, decidimos ir para Bhaktapur.