Zanzibar - 3

Mesmo script do dia anterior. Levantei cedo, tomei café, me arrumei e rumei para as espreguiçadeiras, que estranhamente estavam vazias. No dia anterior quase não havia mais espaço para ninguém e hoje tudo estava deserto. Acho que muitos hóspedes tinham ido embora, afinal era domingo.

Hoje o sol mostrou seu valor desde cedo e o dia estava maravilhoso. Era interessante admirar a mudança da maré. Todos os dias pela noite e de manhã, a maré estava bem baixa e uma grande faixa de areia se fazia presente.

Ao longo do dia e principalmente à tarde, a maré subia muito, fazendo a água chegar até as escadas dos hotéis e restaurantes. Descíamos da escada do restaurante do hotel, já dentro d’água. Não podíamos descer com nada nas mãos ou com chinelos, pois não havia areia para deixar os pertences.

Hoje fiquei um bom tempo dentro d’água, que estava deliciosa, morna, transparente, espetacular. Me despedi de Zanzibar, deixei a água salgada levar toda a zica, fiz alguns pedidos, dei tchau ao esplendoroso Oceano Índico e olhei muito aquele mar, até meu cérebro ficar pleno dessas memórias e imagens e não deixá-las irem embora nunca mais da minha alma.

Fui jantar e mais uma vez fui surpreendida pelo show de sabores. Vou sentir falta desses jantares, ainda que solitários, pois os pratos eram maravilhosos, suaves, ao mesmo tempo, picantes. Hoje comi um peixe cozido com molho picante de tomate, mas no ponto certo, acompanhado de legumes no vapor e arroz.

Parece simples e na verdade é, mas o sabor das comidas nesse hotel vão fazer parte das boas lembranças de Zanzibar.

Quando estava saindo do restaurante, um casal fofo de americanos mais velhos me ofereceu um pedaço de bolo pelo aniversário dele. Acho que se compadeceram de me ver jantando sozinha. Agradeci, desejei feliz aniversário, mas declinei.

Vou ler um pouco e dormir. Infelizmente, amanhã vou embora desse pedaço do paraíso. Muito obrigada, Zanzibar; Asante Sana Tanzânia.