Adeus ou até breve...
Amar nunca é demais, se permitir só te faz crescer como ser humano, se abrir te permite ter compaixão e ter saudades te faz sentir que o tempo foi bonito, que a história valeu a pena e será lembrada e vivida cada vez que as lembranças vierem à tona.
Nesses últimos dias vivi momentos “decisivos” em que a morte rondou e mostrou o valor da vida, dos relacionamentos, dos momentos e das pessoas.
Vi pessoas queridas passarem por situações tensas e eu mesma vivi, pela primeira vez, a sensação de que poderia ter ido embora...assim, num sopro, num piscar de olhos, num bafejar da existência.
Mas não fui. Estou aqui, entendi ainda mais que tenho muito a fazer, a contribuir, a crescer, a ajudar e estou pronta e ansiosa por isso. Que os próximos passos dessa caminhada venham e que sejam longos.
Ontem recebi a notícia de que um grande e querido amigo faleceu e aí a gente começa a pensar o que viveu com essa pessoa, o que ela representou em nossa vida, o que nunca mais viveremos, o quão importante foi tudo o que ela nos ensinou e mostrou no tempo em que convivemos.
Sim, ele fez parte de um pedaço rico, intenso e muito feliz da minha vida. Me ensinou com graça, com alegria, com leveza e mostrou um lado lindo do ser humano, quando as partes mais bonitas e desinteressadas vêm à tona e nos tornamos apenas uma dádiva de Deus.
Vivi histórias emocionantes e inesquecíveis ao lado dessa pessoa iluminada. Ele foi capaz de me mostrar bondade em pequenos gestos, disponibilidade em ensinar sem arrogância, embora soubesse muito mais que uma garota de 20 anos. Foi pai, foi amigo, fez possível o sonho de menina que se via quase sozinha em outro país.
Conheci o “seu” Alfredo em Portugal, há muitos anos, quando parte de um sonho era realizada e me via na Europa, aos 20 anos, morando e trabalhando na cidade do Porto. Esse pedaço do globo estará para sempre em meu coração, onde vivi por 3 meses e convivi com ele e sua família tão querida todos os dias.
Sempre me fizeram sentir parte da família e cuidaram de mim como quem cuida de uma filha meio ousada que voa para longe de proteção, mas clama por colo e calor.
Aprendi muito trabalhando com eles, vivendo a vida deles, aprendendo seus modos e costumes e me senti tão em casa que partir foi como arrancar parte desse coração mole que me toma o peito.
Não vou mais te ver, “seu” Alfredo, não vou mais rir com sua risada aberta e franca, não vou mais aprender a atender clientes com sua gentileza, nem lidar com as adversidades com a graça que “o senhor” tinha, mas tudo o que vivi e me permiti naqueles 90 dias tão intensos estarão para sempre marcados em minha alma, meu coração e minha memória.
Até breve meu amigo e que um dia eu possa te encontrar e sorrir como sempre fazia quando via seu rosto carinhoso, caloroso e querido. Esses dias me marcaram para sempre como pessoa e te levarei comigo até o fim da minha caminhada.
Fique com Deus!! Sentirei saudades!!

Porto - Portugal