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Nosso lado mais escuro

Sou aquela que fala sempre em cuidar dos nossos pensamentos, da qualidade do que imaginamos, porque isso interfere totalmente no funcionamento do nosso cérebro, produz hormônios, desencadeia emoções e impacta nossa energia.

Mas tem dia que o dia está meio fechado, que a chuva lá fora nada mais é que um reflexo do que acontece aqui dentro e que o dia cinzento só deixa transparecer um incômodo, que às vezes nem sabemos nomear.

Vai passar, sempre passa, mas é importante entender alguns sinais de quando eles rondam nossa cabeça.

De onde vieram? O que desencadearam? O que estão mobilizando? O que tenho que refletir?

Sim, eu sempre procuro pensar nessas questões quando algo me incomoda. Simplesmente aceitar não é do meu feitio e não resolve. Quando mergulhamos nas questões e procuramos entender porque nos impactamos com algumas notícias, com algumas atitudes, com algumas pessoas, nos tornamos mais cientes de quem somos, de porquê reagimos de determinada maneira e como sair desse campo vibracional, se ele não está de acordo com o que nos faz bem.

E aí você vai se dando conta de que aquela frase dita por aquela pessoa, que nem é tão importante assim, incomoda porque nos mostra que não somos tão queridos quanto gostaríamos ou que não estamos agradando tanto quanto imaginávamos. E isso é o ego sofrendo porque é desvalorizado, se sente menosprezado. Essa não sou eu, é só o reflexo no espelho das minhas ilusões.

E por que aquela notícia mexeu tanto comigo? E aí você percebe que existe uma grande empatia pela dor da pessoa que num momento de desespero, enlouqueceu, não encontrou saída para tanto conflito, tanta impotência e tomou uma atitude tão dramática. Não passa por justificativa, nem aceitação, é mais um torpor meio paralisante, uma tristeza profunda por vidas tão vazias de significado.

E aquelas situações das quais você nem faz parte, mas que impactam algum ponto dentro de você, que você nem sempre tem contato? E de repente você se dá conta que em alguns momentos você só faz sentir as dores do mundo, numa interligação de energias e espirais que se entrelaçam e que a dor do outro pode ser sua a qualquer momento, que elas reverberam pelo simples fato de estarmos todos “no mesmo barco”.

Que as dúvidas, as angústias, as encruzilhadas estão à nossa frente, para serem entendidas, explicadas, vividas ou apenas sofridas. Mas nesse frenesi que a vida nos coloca, não sobra espaço para reflexões mais solitárias, não existe possibilidade para a tristeza, afinal temos que estar sorridentes, ativos, produtivos e felizes 24 horas por dia.

Sinto informar que isso é bom para post do Facebook, onde todos parecem sorrir numa eterna alegria de viagens, bebidas e festas. Essa não é a vida real e aqui não estou fazendo apologia ao lado triste da vida, pelo contrário, é um convite à reflexão de que nem sempre tudo é assim, azulzinho, mas que os sentimentos têm que ser acolhidos, entendidos e depois suavizados, sejam eles quais forem.

Tudo isso nos faz mais gente, nos humaniza, mas também pesa e cabe a cada um de nós, saber em que ponto devemos “tirar a mochila pesada das costas” e voltar a olhar para aquele arco-íris que desponta no céu.

Monte Roraima - Venezuela

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