Solte suas asas
Sempre faço uma retrospectiva, um fechar de ciclo nos finais de ano, porque acho que é válido refrescar a memória sobre os aprendizados, as porradas e as sutilezas da vida.
A sensação que eu tenho é que essa montanha russa em que me encontro não tem fim. A cada curva, a cada descida vertiginosa, eu me agarro a esse carrinho e subo, aos tropeços, para um novo platô.
E aí dou uma relaxada, até que a próxima queda me puxe sem dó para os abismos desse trilho louco que é a vida.
Em 2018, só posso dizer que noites escuras existem e que a gente só é capaz de ver o dia clarear, se passar por elas, metafórica e literalmente falando. Até porque, todos nós somos luz e sombra.
Vivi isso nesse ano que findou. Encontrei luz no meu caminho, muito mais possibilidades de crescimento, de resoluções, mas como diria o cantor: “não existiria som, se não houvesse o silêncio”.
Tudo encontra equilíbrio na natureza e a mesma força da luz, que às vezes cega, se transforma em madrugadas sinistras de dúvidas, medos e inseguranças. Sim, também vivi tudo isso.
Me decepcionei horrores e vi a vida me escancarando a realidade para não permanecer nas ilusões efêmeras. Não tive paz em muitos momentos e quis chorar nos braços de alguém que soubesse me acolher de verdade.
Senti que muitas coisas importantes eram tiradas de mim e me perguntava por que, até entender que viver nesse limite me fazia grata por tudo o que já havia conquistado.
Aprendi a duras penas que tenho que abrir mão do meu imaginário controle, para deixar meu barco seguir caminho por essas águas turbulentas, fortes e frenéticas.
Lidei com medos ancestrais e me deparei com a necessidade de reencontrar e recriar minha fé, tatuada em minha pele e tão necessária em muitos momentos sombrios.
Fui ridícula, me humilhei, me machuquei, mas fui capaz de enxergar o que é importante, mergulhei ainda mais nas minhas questões para me curar e entender quem sou de verdade.
Só peço ao universo que me permita levantar ainda mais forte depois de cada tombo e consiga entender a lição por trás das quedas. Que eu possa acolher as partes quebradas dentro de mim, para rir, lá na frente, de todas as esperneadas que dei até ficar de pé e ser capaz de enxergar toda a grandeza e infinitas possibilidades que carregamos dentro de nós.
Venha 2019 porque estou de braços abertos, pronta para despertar e voar cada vez mais alto!!
