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Mansilla de las Mulas – León (19,5 km)

O Valério estava com os pés em frangalhos, com bolhas enormes, mas como não é de dar o braço a torcer assim fácil, não quis ir de bike.

Segui meu caminho e acabei cruzando com o Stefano saindo de um café aonde eu parei para tomar o desayuno e esperar os meninos.

Esses encontros são presentes do destino no Caminho. É muito bom cruzar com as pessoas com as quais você tem afinidade e carinho e isso acontece o tempo todo no Caminho.

Hoje o caminho não foi muito bonito. Alguns trechos nós andamos pela estrada e não tem nada de divertido, bonito ou bucólico em andar na beira da estrada como um andarilho. Eu gosto de andar no meio da natureza, das árvores, da mata, das flores...

Num ponto do caminho eu parei para tomar água e descansar e depois de um tempo continuei a jornada. Já tinha andado um bom tempo quando me dei conta que havia esquecido a minha mochila pequena com passaporte, dinheiro e tudo mais, no ponto de descanso.

Por alguns minutos, quase enlouqueci e voltei voando ao lugar. No meio do caminho de volta, eu vejo um senhor segurando a minha mochila.

Parei e disse que aquela mochila era minha. Ele disse que sabia, pois havia me visto na parada e como a mochila tinha uma logo da empresa onde trabalho, ele soube que eu era brasileira.

Disse que resolveu levar a mochila porque sabia que em algum momento eu voltaria. Agradeci muito, rejuvenesci alguns anos e retomei minha caminhada.

Em que outro lugar isso aconteceria? Você esquece todos os seus documentos, dinheiro e além de ninguém mexer, alguém leva para você? Coisas do Caminho.

Me encontrei novamente com o Stefano na chegada a León. Ele ficou sentado comigo numa praça, esperando pelos meninos. Ficamos comendo chocolate e conversando animadamente.

Hoje ficamos no albergue das Monjas ou Irmãs Carbajalas, que é dividido em quartos masculinos e femininos. Só pode ficar junto quem é casado.

Engraçado, que num primeiro momento pode parecer estranho dividir o quarto com tanta gente e dormir sempre tão perto dos meninos, inclusive, algumas vezes, juntos, mas nesse albergue que tive que ficar longe deles, num quarto com um bando de mulher que eu não conhecia, não gostei.

Eles me fizeram muita falta. Ficar arrumando a mochila, trocando informações, conversando sobre o dia, sentados na cama, é muito gostoso e nesse albergue não pudemos fazer isso.

Quando estávamos esperando na fila para entrar no albergue, encontramos com o casal que havia encontrado a minha mochila e com o Marcos, um mineiro gente boa, com o qual havia cruzado no dia anterior naquele caminho sem fim. Ele passou por mim e como me ouviu cantando, obviamente reconheceu que eu era brasileira. Conversamos rapidamente e nos despedimos.

Fomos andar por León, que é grande. Não é um pueblo. Conhecemos a catedral com seus vitrais maravilhosos, que deixam a luz entrar com um charme diferente e dão ao lugar um clima especial.

Ficamos um bom tempo sentados numa sorveteria em frente à catedral, admirando o vai e vem das pessoas. Almoçamos num restaurante gostoso e continuamos andando pela cidade.

Encontrei com o Stefano e ele me chamou para irmos ao supermercado, depois de conversarmos um tempo com o Filipe, aquele português que havia sido um pouco antipático, mas que hoje se mostrou mais afável, e o Carlo, o italiano que sempre anda com ele.

Depois de irmos ao supermercado ele me chamou para ir à missa no albergue, mas eu declinei o convite. Acabei ficando com os meninos, conversando até a hora de irmos dormir.

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