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Campo 2 (3 de Guanácos – 5.490 m.)

Oximetria: 79

Batimentos: 97

Pressão Arterial: 14/9

A noite foi bastante difícil e mais uma vez não dormi praticamente nada. Ventou muito a noite toda e a barraca balançava bastante. Fez -10 dentro da barraca, mas estava bem agasalhada e não senti frio.

Às vezes caíam gotinhas de gelo no rosto, formadas pela condensação da respiração. É muito difícil dormir, pois as vias aéreas entopem totalmente e quando respiramos pela boca, seca a garganta e aí temos que levantar para beber água, que a essa altura está congelada e o processo todo fica muito complicado.

Aliás, essa é outra dificuldade. Tudo congela: barras de cereais, chocolate, cremes, colírio, soro fisiológico, enfim, se não colocarmos esses itens dentro do saco de dormir, junto ao corpo, não há como utilizá-los.

Como o clima é muito seco, sai muito sangue do nariz, coisa que continua acontecendo por pelo menos 10/15 dias quando voltamos da montanha, bem como um formigamento nas extremidades dos dedos dos pés e das mãos.

Muitas vezes esquecemos que estamos em altitude e fazemos movimentos rápidos e quase desmaiamos pela falta de ar. Nessa altitude, tudo deve ser feito muito lentamente: levantar, andar, conversar, pois podemos ficar zonzos com qualquer movimento um pouco mais brusco. Eu esqueço muitas vezes e fico super ofegante.

Hoje foi um dia de descanso e fizemos uma pequena aclimatação, subindo a 5.650 m. Como não era obrigatório, nem todo o grupo quis fazer e muitos preferiram descansar nas barracas. Voltamos em 1h e foi bom para aclimatarmos, sem muito esforço.

Almoçamos todos sentados nas pedras e o Du, nosso cozinheiro oficial, fez pizzas maravilhosas. O clima estava ventoso e frio, embora tivesse sol. Não conseguíamos sair das barracas sem nossas plumas, que são os nossos casacos mais potentes.

Depois do almoço alguns foram descansar, outros ficaram conversando e depois nos enfiamos na barraca cozinha dos guias e ficamos conversando e ouvindo música até a hora deles começarem a fazer o jantar.

Crédito - Foto Grade 6

Crédito - Foto Grade 6

Depois do jantar fomos jogar baralho na barraca do Marcos e do Felber. Fomos dormir por volta das 22h30 e vou experimentar o isolante inflável que o Marcos me emprestou, pois o que eu aluguei está furado e não tenho conseguido dormir direito nenhuma noite por conta de sentir todas as pedras do chão irregular.

Na barraca dos meninos estava quentinho, pois estávamos todos juntos, com os sacos de dormir abertos, mas quando voltamos à nossa barraca, estava muito, muito gelado e leva-se um tempo para a temperatura estabilizar e pararmos de tremer.

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